segunda-feira, 24 de setembro de 2007

O homem pescoço é este homem nú, jamais firme em sua convicções, por vezes agudo em seus ângulos.

Transformado em não se debruçar sobre, mas permitir-se ser, ele segue incessante sem já perceber se aquilo que se mostra é pulsão ou vontade. Bem provável que, por isso mesmo, tenha se tornado incomunicável conosco.

É um ser imaginário, a ser atingido, sem dúvida. Afinal, a nossa vida é a idéia que desejamos distinguir dela nessa heterogeneidade. E também nos permite ter um novo ar sobre os pulmões esta nova casa distingüível dum cem números de móveis.

Estar a frente de seu próprio tempo não como arrogância ou desejo, mas com a leveza de um perfume vindouro.

2 comentários:

Jô de Castro disse...

Homem pescoço,
Por onde anda, a perder-se de ti, a tua face? Também ela evanesceu em meio à ausência de tuas certezas?

Homem pescoço,
De que matéria és feito? Pulsão, vontade? Que importa?
És feito do que te rouba de ti, sem que ao menos percebas. E para isto não é preciso que te comuniques.

Homem pescoço,
segue e encharca-te deste perfume que me escapa. Eu, que já não lugar nem tempo. Perdi-me para tudo. Estrangeira na vida.

Dháfine Mazza disse...

Quero ser um perfume vindouro...